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Rio de Janeiro,17/06/2025

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Mudras: os gestos antigos que traduzem a linguagem silenciosa da alma

Entre mãos e intenções, um caminho para integrar energia, consciência e espiritualidade segundo a tradição ayurvédica

Reprodução/Polina/Pexels
Mudras: os gestos antigos que traduzem a linguagem silenciosa da alma Gestos que despertam a força vital

Muito antes de serem reconhecidos como prática espiritual, os mudras nasceram como um diálogo silencioso entre o ser humano e o universo. Esses gestos, esculpidos no movimento das mãos e dos dedos, atravessaram culturas e séculos, preservando seu propósito essencial: conduzir a energia vital, o prana, e criar pontes entre o corpo, a mente e o invisível. Embora amplamente associados ao Yoga e às filosofias indianas, os mudras são, na essência, um código ancestral que desperta no praticante um estado de presença e sintonia com as forças sutis da vida.

Entre os gestos mais praticados está o Prana Mudra. Para formá-lo, basta unir o polegar ao dedo mínimo e ao anular, enquanto os demais permanecem estendidos. Este gesto, que muitos praticam sem ao menos perceber, simboliza o fortalecimento da energia interna e da disposição. Em linguagem atual, pode-se dizer que atua como um revigorante natural, alinhando corpo e mente ao fluxo da vitalidade.

Quando o gesto transforma o toque em caminho para o equilíbrio

Mais do que a posição dos dedos, o que dá sentido ao mudra é a intenção que o acompanha. O Prana Mudra, por exemplo, remete ao ato instintivo e ancestral de acender uma chama. Há nisso um simbolismo profundo: é como se ao formar o gesto, o praticante reacendesse em si a luz da presença, da clareza e do autoconhecimento.

O próprio termo mudra, vindo do sânscrito, revela essa essência. Deriva das palavras que unem os sentidos de encantamento, alegria e criação. Assim, o gesto não se destina a fabricar algo externo, mas a revelar, no instante presente, o contentamento e a completude que já existem no interior de cada ser.


Mudras ativam o fluxo energético interior (Reprodução/RDNE Stock project/Pexels)


Mudras e o legado do feminino sagrado nas tradições tântricas

Embora se associem ao universo do Yoga, os mudras têm raízes ainda mais antigas, ligadas a práticas espirituais e rituais xamânicos que atravessaram diversos povos e tradições. Com o tempo, essa arte gestual foi sistematizada e encontrou no Tantra — tradição surgida há cerca de mil anos — um de seus maiores campos de expressão. O Tantra, que cultua o princípio feminino representado por Shakti, celebra o poder criador e transformador do universo.

Por isso, na visão tântrica, os mudras não são apenas gestos, mas portais que nos permitem tocar o sagrado que habita em tudo. Quando realizados com consciência, transformam o simples movimento das mãos em ato profundo de conexão, capaz de harmonizar o ser com as forças mais sutis que sustentam a vida.




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