Bispo de Caraguatatuba repudia uso de imagem de Santo Antônio em cartazes da Marcha da Maconha
Organização pediu desculpas e afirmou que a imagem era uma releitura simbólica inspirada na compaixão do santo
 Manifestantes participam da 1ª Marcha da Maconha de Caraguatatuba | Reprodução/Instagram/@marchadamaconhacaraguatatuba              Durante a missa celebrada no último domingo (5), na Catedral de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, o bispo dom José Carlos Chacorowski realizou um ato de desagravo contra o uso da imagem de Santo Antônio pela Marcha da Maconha de Caraguatatuba. O gesto foi motivado pela divulgação de cartazes com a figura do santo associada à planta de cannabis, utilizados para promover a primeira edição do evento, realizada no sábado (4), com autorização judicial.
Segundo o bispo, a representação artística utilizada pelos organizadores feriu o sentimento religioso da comunidade católica local. “A imagem de Santo Antônio é sagrada e integra o patrimônio espiritual da nossa cidade. Houve um claro desrespeito ao que é santo”, afirmou dom Chacorowski durante a celebração.
“Liberdade não pode ferir o que é sagrado”, diz o bispo
O religioso criticou os cartazes divulgados nas redes sociais, que mostravam Santo Antônio com uma planta de maconha e fumando um cigarro feito da erva. Para o bispo, as montagens configuram uma ofensa simbólica à fé católica e aos valores da Igreja. “Compreendo a liberdade de expressão, mas ela não concede o direito de desrespeitar o sagrado e os valores da nossa Igreja”, declarou.

Dom José Carlos Chacorowski, bispo de Caraguatatuba, durante o ato de desagravo em defesa de Santo Antônio na catedral da cidade (Foto: Reprodução/ACI Digital)
Dom Chacorowski pediu ainda que os responsáveis pelo evento apresentem um pedido público de desculpas à comunidade católica de Caraguatatuba. “Se desejam ser respeitados em suas causas e opiniões, que comecem respeitando o que é importante para nós. É possível defender ideias com honestidade, sem ferir símbolos de fé”, acrescentou.
Diocese publicou nota de repúdio
Antes da missa, a Diocese de Caraguatatuba divulgou uma nota de repúdio sobre a Marcha da Maconha, expressando “profunda indignação diante da utilização indevida da imagem de Santo Antônio”. O texto ressaltou que associar o santo à maconha fere o sentimento religioso dos fiéis e causa repúdio espiritual.
A nota também reforçou que a Igreja Católica não tem relação com a Marcha da Maconha e “rejeita de forma veemente o uso de símbolos religiosos para promoção de causas que não se alinham à fé cristã”.
Marcha da Maconha publica retratação
Na segunda-feira (6), a organização da Marcha da Maconha de Caraguatatuba divulgou uma nota de retratação, pedindo desculpas à Diocese, à comunidade católica e a todos que se sentiram ofendidos. O grupo explicou que a arte se tratava de “uma releitura simbólica de Santo Antônio”, e que sua intenção era homenagear o santo como símbolo de acolhimento e compaixão.
“O uso da imagem surgiu como inspiração no exemplo de solidariedade que Santo Antônio representa, valores que também orientam a caminhada da Marcha”, diz o comunicado. O movimento citou ainda o padre Ticão como referência no diálogo entre fé, ciência e o uso medicinal da cannabis, lembrando sua atuação em cursos sobre maconha medicinal na Unifesp.
 

 
 
 
 
 
 
 
 


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