Por Trás da Abrace Esperança: A Saga Da Entrega Dos Remédios (Parte 3)
Continuamos nossa série de matérias focadas na Associação Abrace Esperança. Hoje, abordamos a delicada questão que envolve o transporte dos medicamentos fabricados pela instituição. Embora sempre tenha sido incumbência dos pacientes arcar com os custos de frete, recentemente, uma série de desafios tem colocado o sistema de envio em xeque.
Em setembro de 2022, um processo inesperado movido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos contra a Associação Abrace chamou a atenção desta jovem jornalista. A estatal decidiu levar a questão ao judiciário buscando o pagamento dos valores de frete referentes aos óleos medicinais produzidos pela Associação durante o primeiro semestre do ano. Fomos os primeiros a noticiar o ocorrido, antes mesmo da instituição ter ciência oficial da ação legal. A Abrace mantinha um contrato logístico com os Correios para a distribuição dos remédios, porém, tal contrato não foi cumprido integralmente pela associação, o que resultou em uma cobrança judicial.
A resposta da ABRACE a seus associados foi a que os Correios vinham enfrentando atrasos nas entregas, levando-os a decidir pela contratação de uma transportadora alternativa para assegurar as entregas dentro do prazo. Eles também ofereceram uma isenção de frete por seis meses por conta da troca, embora essa isenção tenha sido posteriormente revogada por decisão da primeira-dama da ABRACE, Camila Coelho. Em seu lugar, foi instituída uma suposta taxa fixa de 70 reais pelo transporte. Infelizmente, essa mudança exacerbou o problema do recebimento dos remédios, visto que a nova transportadora não conseguia alcançar determinadas localidades.
Diante do impasse, optou-se por contratar uma segunda transportadora, porém, ainda assim, não foi possível atender todas as áreas. Recebemos relatos de associados que se viram obrigados a percorrer mais de 150 quilômetros até as filiais das transportadoras, mesmo após terem pago a taxa de frete estabelecida. Infelizmente, a solução para essa questão continua pendente, impondo considerável sofrimento e angústia às pessoas que dependem desses óleos medicinais para sua sobrevivência.
Em meio a essa problemática, surge a indagação: Por que a Associação, que conta com a opção dos Correios - uma empresa que há mais de 360 anos opera no país e está presente em todas as 5.570 cidades brasileiras - não conseguiu cumprir adequadamente o contrato e efetuar os pagamentos devidos à estatal? Especialmente considerando que os custos de frete sempre foram arcados individualmente pelos associados?
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