FESTIVAL HÍBRIDO: empresário faz relato chocante sobre problemas enfrentados na edição 2023

Créditos: Reprodução 

A segunda edição do Festival Híbrido ocorreu nos dias 6, 7 e 8 de outubro em São Paulo. Muitas expectativas cercavam a edição de 2023, após o sucesso de 2022. No entanto, a experiência deixou inúmeros expositores frustrados devido à falta de estrutura e organização do evento.

Recebemos diversas reclamações de empreendedores ligados à indústria da cannabis. Eles apontaram prejuízos relacionados à tensão elétrica do local, uma vez que as tomadas eram de 220 volts, resultando na queima de vários ventiladores devido à insuficiente ventilação, e também de painéis de LED. Relatos de supostos furtos a expositores também chegaram até nós, embora ainda não tenhamos confirmado essas informações.

Uma fonte nos informou sobre uma discussão pública entre uma das organizadoras do evento e Guilherme Storti, empresário proprietário da renomada empresa de chocolates terpenados CROC BUDS. Buscamos o empresário para obter sua versão completa sobre os acontecimentos, e Gustavo compartilhou gentilmente um relato chocante sobre tudo o que ele e sua empresa enfrentaram no Festival Híbrido. Abaixo, apresentamos o depoimento completo do empresário.

“Tivemos alguns problemas de relacionamento com a equipe organizadora do evento. Fui muito mal tratado por um dos curadores de arte, um pouco antes do início do primeiro dia, pq fui perguntar a ele sobre a questão da areia naquele espaço, pois meu produto é alimentício e precisa de condições higiênicas/sanitárias mínimas e aquele local não atendia essas condições básicas. Essa pessoa me disse que o conceito do evento era aquele e falou que não ia adiantar eu ficar reclamando pq não ia mudar nada, que era pra eu me virar dentro daquelas condições. Outros expositores também estavam com a mesma demanda em função dos seus stands e mercadorias estarem sujos antes mesmo do evento começar. 

Essa mesma pessoa tratou diversos outros expositores de forma bastante ríspida. Em uma tentativa desastrada de melhorar a questão da areia , eles mobilizaram uma equipe de limpeza pra varrer o espaço, pois o movimento descuidado com as vassouras fez com que a areia levantasse e sujasse absolutamente tudo.

Essa areia estava dificultando diversas marcas a levarem mercadorias para os seus stands, nos obrigando a abandonar os carrinhos de suporte e levar tudo nas costas (ainda caminhando uma parte na areia). 

Para além disso, também sinalizei que o local dificultava a acessibilidade do local, inviabilizando a passagem de pessoas com cadeiras de rodas e dificuldades de locomoção, e a mesma pessoa da produção disse que não poderia fazer nada em relação a isso.

Algumas pessoas da produção tentaram amenizar a situação, mas mesmo antes do evento começar, eles não conseguiram acalmar os ânimos, tamanha foi a falta de educação de um dos seus chefes. 

No decorrer do primeiro dia começamos a nos deparar com uma série de problemas estruturais: 

- Nossa iluminação contratada não funcionou 100% durante o período do festival 

- Areia sujando stand, produtos, equipamentos e equipe

- Falta de qualquer ventilação (fomos alocados em um pavilhão semi abandonado sem nenhuma ventilação mecânica, apenas as portas do galpão abertas. Cada stand que providenciou sua ventilação). Vale ressaltar que esse dia fez um calor absurdo e muitas pessoas passaram mal durante o evento, inclusive alguns promotores que estavam trabalhando)

- Não entregaram os crachás de identificação de nenhum stand

Esses problemas foram se agravando no segundo dia, onde mais pessoas estavam no evento , mais areia foi espalhada é assim continuava a comprometer a apresentação da marca no evento. Mesmo com todos esses contratempos, estávamos sempre sendo solícitos e gentis com todos da produção, sem nenhum problema. Nosso foco era tentar diminuir o prejuízo, pois além de todos esses problemas estruturais, a área interna da feira estava completamente vazia em função do calor e da sujeira. A grande maioria do público optava em passar o seu dia na área de fumantes, pois estava mais agradável lá do que na área de exposição. 

Não conseguimos desempenhar uma boa parte do nosso papel em função do baixo público e do desânimo com toda estrutura e tratamento que nos deram.

No sábado, um dos membros da produção que estava tentando amenizar o acontecimento da sexta feira, veio me perguntar em tom de deboche se eu estava mais “tranquilinho” e isso pegou muito mal novamente. 

No sábado à noite começou a chover muito e com isso começamos a ter muitas batatas passeando pelo stand e goteiras caindo em cima da nossa estrutura.

No domingo , novamente um pouco antes dos portões se abrirem, o mesmo funcionário que debochou de mim no sábado, fez novamente um comentário que eu interpretei novamente como deboche e infelizmente isso fez com que eu perdesse a minha paciência.

Isso tudo deixou todos da equipe muito tristes, e a mim em especial, pois acabei perdendo o controle em um ambiente público e profissional e isso jamais tinha acontecido em qualquer outro evento. Já participamos de diversos eventos, com diversas produções, já tivemos vários problemas estruturais, mas absolutamente nunca tivemos algo parecido com isso. O máximo que o evento fez para nos ajudar foi liberar colocarmos um balcão na área externa para tentarmos recuperar um pouco das vendas perdidas. Fora isso, nem o crachá eles conseguiram nos entregar, que era o básico do básico. O nosso crachá só foi entregue no domingo, ao meio dia, porque a minha sócia foi na sala da produção e solicitou a entrega imediata (os crachás nem tinham sido impressos ainda). 

Eu, pessoalmente, no papel de dono da marca, não me sinto orgulhoso pelo que fiz. Infelizmente acabei batendo boca com uma das donas do evento de forma pública e não acho que essa tenha sido a melhor solução para a nossa empresa.

Depois desse bate boca tudo piorou. Tomei um enquadro de um segurança por estar fumando maconha em um lugar que em tese não poderia, diante todo o meu descontentamento, acabei dizendo ao segurança que o meu baseado era o menor dos problemas que estava acontecendo por ali e que não iria apagar. Prontamente chegaram 5 seguranças me intimidando, dizendo que era melhor eu cooperar e sair do local. Daí falei que entendia que eles estavam cumprindo ordens mas que não via motivo para tal intimidação, apaguei o baseado e me retirei do espaço.

Algumas horas mais tarde, depois de toda a área reservada para os fumantes ficar alagada, eu estava novamente com um grupo de amigos fumando (em um espaço onde estavam TODOS fumando) e começaram a passar funcionários da produção e seguranças pedindo pra que apagássemos os baseados pq a ANVISA estava fazendo uma vistoria. Dessa vez eu me neguei novamente a apagar pq eu já estava na nova área que eles tinham determinado que era para os fumantes, pois o trilho do trem estava completamente alagado.

A cada momento chegava alguém diferente dizendo que não podia fumar e logo depois vinha alguém da produção dizendo que podia fumar novamente. Até que uma das donas do festival (a pessoa que eu havia me desentendido pela manhã) veio diretamente ao meu grupo e me pediu pra que apagasse. Nesse momento eu questionei pq só o meu grupo teria que apagar, já que TODOS ali estavam fumando. Ela prontamente passou o rádio, mobilizou uma equipe de seguranças e disse que se eu não apagasse o baseado, seria removido do espaço do evento.

Então foi um fim de semana bastante desagradável, onde passei por diversos tipos de desrespeito. Tentamos uma boa relação com a produção durante os dois primeiros dias de festival, mas infelizmente no terceiro dia eu acabei perdendo um pouco o meu controle. 

Viemos de Salvador, nossa fábrica é lá, nosso produto vem de lá, nós mobilizamos equipe pra vir , temos inúmeras despesas com a nossa operação (passagens, hospedagens, alimentação). Pagamos todos os eventos em que participamos de forma muito correta, pois sabemos o quanto o Nordeste precisa ser reconhecido nesses espaços, então fazemos tudo da forma mais correta possível. Então realmente me causou bastante revolta passar por tudo isso, pq a minha marca não merecia, a minha equipe não merecia e eu não merecia. Ninguém no Festival Híbrido merecia ser tratado da forma que foi.”

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