Violência contra usuárias
Mulher é vítima de feminicídio após recusar compartilhar de cigarro de cannabis em Minas Gerais
Crime aconteceu em Montes Claros (MG) após mulher recusar dividir cigarro de cannabis com ex-companheiro, caso foi classificado como feminicídio e o autor foi preso
Por Gabiiweed, Rio de Janeiro - 10/05/2025 às 8h10
Manifestação pelos direitos das mulheres na Cidade Do México (Reprodução/Ericka Sánchez/Pexels)
Uma mulher de 39 anos foi morta por estrangulamento no município de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, após se recusar a compartilhar um cigarro de cannabis com um ex-companheiro. O crime ocorreu em 23 de abril de 2025 e foi classificado pelas autoridades como feminicídio. A vítima havia se mudado para o local do crime apenas um dia antes.
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, o autor do crime, um homem de 20 anos, confessou ter utilizado um fio de geladeira para esganar a vítima. O corpo foi encontrado com o pescoço envolto pelo fio, panos cobrindo a cabeça e uma geladeira apoiada sobre o corpo. Segundo os investigadores, o homicídio foi motivado por um desentendimento ocorrido após o consumo de bebida alcoólica, quando a mulher recusou-se a dividir o cigarro de cannabis. As informações são do jornal Estado de Minas.
Histórico de violência e resistência à recusa feminina
As investigações apontaram que a vítima e o agressor mantiveram um relacionamento no passado. Em 2023, a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência por importunação sexual contra o suspeito. Apesar disso, ele continuava tentando se aproximar. A negativa da vítima em compartilhar o cigarro de cannabis teria desencadeado a reação violenta, demonstrando como a resistência feminina ainda é interpretada, por muitos agressores, como provocação ou ofensa.
Após o crime, o suspeito tentou fugir pela linha férrea, mas foi localizado com o auxílio da Guarda Municipal e preso em flagrante. No interrogatório, confirmou a autoria do homicídio, alegando não ter tido intenção de matar. A versão, no entanto, foi contradita pelos laudos periciais que identificaram sinais claros de violência e força física, o que sustentou o indiciamento por feminicídio.
Feminicídio é crime motivado por violência de gênero (Reprodução/Instagram/@feminismoeducativo)
Feminicídios permanecem em níveis alarmantes no país
Casos como este refletem a realidade de milhares de mulheres no Brasil. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o país registrou 1.450 feminicídios em 2024, número que representa um aumento em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 1.438 casos (Agência Brasil).
Desde a criação da lei do feminicídio em 2015, mais de 11.800 mulheres foram assassinadas em contextos de violência de gênero, segundo levantamento do El País Brasil (El País). O caso de Montes Claros evidencia como ainda hoje a recusa feminina pode ser vista como “desencadeadora” de crimes, quando, na realidade, o que está em questão é a persistência de padrões violentos e machistas.
Uma mulher de 39 anos foi morta por estrangulamento no município de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, após se recusar a compartilhar um cigarro de cannabis com um ex-companheiro. O crime ocorreu em 23 de abril de 2025 e foi classificado pelas autoridades como feminicídio. A vítima havia se mudado para o local do crime apenas um dia antes.
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, o autor do crime, um homem de 20 anos, confessou ter utilizado um fio de geladeira para esganar a vítima. O corpo foi encontrado com o pescoço envolto pelo fio, panos cobrindo a cabeça e uma geladeira apoiada sobre o corpo. Segundo os investigadores, o homicídio foi motivado por um desentendimento ocorrido após o consumo de bebida alcoólica, quando a mulher recusou-se a dividir o cigarro de cannabis. As informações são do jornal Estado de Minas.
Histórico de violência e resistência à recusa feminina
As investigações apontaram que a vítima e o agressor mantiveram um relacionamento no passado. Em 2023, a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência por importunação sexual contra o suspeito. Apesar disso, ele continuava tentando se aproximar. A negativa da vítima em compartilhar o cigarro de cannabis teria desencadeado a reação violenta, demonstrando como a resistência feminina ainda é interpretada, por muitos agressores, como provocação ou ofensa.
Após o crime, o suspeito tentou fugir pela linha férrea, mas foi localizado com o auxílio da Guarda Municipal e preso em flagrante. No interrogatório, confirmou a autoria do homicídio, alegando não ter tido intenção de matar. A versão, no entanto, foi contradita pelos laudos periciais que identificaram sinais claros de violência e força física, o que sustentou o indiciamento por feminicídio.
Casos como este refletem a realidade de milhares de mulheres no Brasil. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o país registrou 1.450 feminicídios em 2024, número que representa um aumento em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 1.438 casos (Agência Brasil).
Desde a criação da lei do feminicídio em 2015, mais de 11.800 mulheres foram assassinadas em contextos de violência de gênero, segundo levantamento do El País Brasil (El País). O caso de Montes Claros evidencia como ainda hoje a recusa feminina pode ser vista como “desencadeadora” de crimes, quando, na realidade, o que está em questão é a persistência de padrões violentos e machistas.
Comentários
Postar um comentário