Durante depoimento à CPMI do INSS na manhã desta quinta-feira (25), o lobista Antônio Carlos Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, detalhou sua participação em eventos na residência do senador Weverton (PDT-MA) e sua relação com integrantes do gabinete do parlamentar. Segundo Antunes, os encontros tinham como objetivo discutir a regulamentação de produtos derivados da cannabis e coordenar doações de uma empresa que ele representava na época.

Encontros e regulamentação da cannabis

Antunes explicou que compareceu ao evento exclusivamente para tratar de assuntos ligados à cannabis. A aproximação com o senador tinha como finalidade compreender melhor o andamento da regulamentação desses produtos no Brasil, abrangendo produção, cultivo e distribuição, sem qualquer outro propósito.

O lobista também relatou que conheceu uma servidora do gabinete durante um evento de conscientização sobre autismo e que mantinha doações regulares de medicamentos para crianças com a doença. Segundo ele, a interação com pessoas do gabinete, como Aldo, restringia-se a facilitar a entrega das doações, funcionando apenas como ponte.

Empresa de cannabis aguardava autorização

Em depoimento à mesma CPMI no último dia 19, Milton Salvador, ex-diretor financeiro do grupo empresarial de Antunes, afirmou que a empresa voltada para produtos de cannabis ainda aguardava autorização oficial para operar e comercializar canabidiol, substância medicinal derivada da maconha. Salvador destacou que a companhia estava em fase inicial e não tinha fluxo de atividades regulares por falta da licença.

Milton Salvador, ex-diretor financeiro do grupo empresarial do “Careca do INSS” (Foto: Reprodução/Carlos Moura/Agência Senado)

Antunes é investigado pela Polícia Federal, apontado como um dos principais articuladores de supostas fraudes em descontos associativos. O senador Weverton não está sob investigação, mas seu nome surgiu em reportagens de diversos veículos devido à interação de seus assessores com o lobista.

O caso segue sob apuração, e o depoimento de Milton reforça questionamentos sobre a atuação das empresas do grupo de Antunes no mercado de produtos de cannabis, especialmente diante da ausência de autorização regulatória.