Ex-secretário de Cultura e Turismo do governo de MG foi flagrado com maconha na véspera de deixar o cargo
Leônidas de Oliveira foi abordado pela PF no aeroporto de Confins com nove cigarros de maconha, um dia antes de pedir exoneração do governo de Romeu Zema
 Leônidas de Oliveira em evento oficial | Reprodução/Instagram/@difusora98              De acordo com informações divulgadas pelo G1, um dia antes de solicitar sua saída do comando da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira foi surpreendido por agentes da Polícia Federal transportando nove cigarros de maconha no Aeroporto Internacional de Confins. A abordagem ocorreu em 13 de setembro, quando fiscais do raio-X detectaram o entorpecente em sua bagagem. A exoneração foi oficializada no domingo seguinte.
Abordagem no aeroporto e versão da defesa
Segundo o G1, a quantidade apreendida era inferior a 40 gramas, o que levou a PF a registrar apenas um termo circunstanciado – procedimento aplicado em casos de menor potencial ofensivo, que não resulta em prisão, servindo apenas para informar a Justiça.
Ex-secretário mineiro foi flagrado com maconha em aeroporto (Reprodução/Instagram)
Na ocasião, Leônidas assumiu a posse da substância e foi liberado após a lavratura do registro. Em nota à imprensa, o ex-secretário declarou que estava em viagem particular custeada por recursos próprios e que sua saída do governo já havia sido previamente comunicada. Ele também afirmou utilizar cannabis com prescrição médica para fins terapêuticos.
O governo de Minas foi procurado pelo G1, mas não respondeu até a última atualização desta matéria.
Ministério Público reavalia arquivamento do caso
Em 23 de setembro, a 1ª Promotoria de Justiça de Pedro Leopoldo decidiu arquivar o procedimento, citando a ausência de comprovação pericial da substância. O Ministério Público concluiu que não havia prova material suficiente e pediu o encerramento do caso. Entretanto, nesta sexta-feira, o órgão informou que solicitará a realização de laudo técnico para confirmar a natureza da substância, a fim de avaliar eventuais medidas administrativas.
O episódio ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido, em junho de 2024, que o porte de maconha para uso pessoal não configura crime no país, até que o Congresso regulamente a questão. O tribunal fixou como referência 40 gramas da planta ou até seis pés fêmeas, enquadrando situações assim como infrações administrativas, sem gerar antecedentes criminais.
Como a quantidade com Leônidas estava abaixo desse limite, não houve configuração de crime. Natural de São Gotardo e doutor em Arquitetura e Urbanismo, ele já trabalhou na Funarte, na Embratur e na Prefeitura de Belo Horizonte. À frente da Secult, teve como destaque o reconhecimento do Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2024.
 

 
 
 
 
 
 
 


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